quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Distância menor

A distância encurta a cada dia. Passos longos, vigorosos e mais rápidos me levam ao destino e retorno triunfante.

Hoje teve bônus: O sol, tímido, deixava um rastro de luz e, na esquina de casa, olhei para o mar e ele me chamou. Tirei tênis e meia, camiseta e short, mergulhei, furei suas ondas, voltei a ser criança.

Fonte de energia vital, o mar e suas profundezas me fizeram renovar. Voltei para casa pingando e feliz.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Jornal nas bancas

Hoje contei: Eram oito pessoas na lateral da banca, lendo as primeiras páginas de jornais pendurados, do lado esquerdo, só esportes, do lado direito, assuntos variados. Como num cinema, enfileirados, olhavam figuras sangrentas e fotos de times e liam notícias escritas no dia anterior.

Dia Nublado

Atenção a todos! Dia nublado no Rio não é sinônimo de frio. Quem for caminhar no calçadão, use a mesma roupa de sol escaldante, ou seja, nenhuma, por que o sol pode não brilhar no mar, mas está lá, para torrar os bobos que saíram de casa agasalhados.

Vi gente vestindo moletom com capuz e fiquei com pena. Os habituais, os turistas e eu sabíamos o que encontraríamos na caminhada.

No Rio, não há inverno e no período de setembro de um ano a maio do outro, ou seja, exceto os três meses de temperatura amena, dispam-se todos ou torrem no calor!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Uma coisa inesperada

Até os meus vinte anos, minha vida foi programada, e parcialmente vivida, de acordo com a expectativa genética de meus antecessores. A partir de lá, tudo mudou, nada mais do vivido estava no roteiro original. Posso bem dizer que cansei de me surpreender comigo mesma e minha infinita capacidade de mudar de idéia acerca de tudo. Se eu mesma me surpreendia com minhas atitudes, o que dirão os outros que nunca estiveram dentro de minha cabeça e nem partilharam de meu espírito livre.

Casei, descasei, mudei, voltei, reatei, mudei, busquei, estudei, formei, mudei, enjoei, criei laços indissolúveis e dissolvi laços inúteis, mudei. Na realidade, para mim, tudo isso foi e tem sido vida. Poucos arrependimentos, poucas lágrimas e muitos momentos aos quais dou o nome de Conjunto da Obra, minha vida escolhida e roteirizada por mim, divertida para mim.

Agora, mais uma vez, sorrio, me surpreendo comigo mesma, por uma coisa inesperada. E ouço ecoar repetidamente o refrão de Gil, “Hoje eu me sinto / como se ter ido fosse necessário para voltar / tanto mais vivo / de vida mais vivida, dividida pra lá e pra cá”.

MPV – Outubro 2008