sábado, 6 de setembro de 2008

Notas Rápidas de uma Semana em Setembro

Segunda: Pensei, li, escrevi e conversei. Descobri. Voltei a terra e fiz coisas mundanas: banco, pet shop, supermercado, farmácia...

Terça: Pensei, li, escrevi e conversei. Entendi. Voltei a terra e fui ajudar minha mãe a instalar um dvd player complicado. Tira cabos, coloca cabos, liga, mexe com a seta, dá enter, liga-desliga, escrevi um manual para operações. Os aparelhos vêm cada vez mais cheios de funções que não precisamos. Poderia vir com seis botões: liga, play, stop, rewind, forward, legendas. Conversando com minha irmã, ela mandou-me trocar de canal na tv, só por que eu estava assistindo a um jogo de tênis. “Com tanta coisa boa para ver, você tá assistindo jogo? Tá maluca?”

Quarta: Pensei, li, escrevi e conversei. Provoquei. Voltei a terra e coloquei mãos à obra na obra em andamento. Amanhã tem reunião. Consegui instalar a câmera, presente de minha madrinha, em meu computador. Agora posso me exibir para o mundo tecnológico. Falei com meu sobrinho sobre um dvd que está para chegar.

Quinta: Pensei e conversei. Indaguei. Voltei a terra e me arrumei para a reunião no centro da cidade. Trinta e cinco graus à sombra. Andei, senti calor, peguei o metrô, senti mais calor, andei até a rua do Ouvidor, senti mais, mais calor e cheguei. A reunião com o pai de minha irmã (sim, somos irmãs de pais e mães diferentes) e sua mulher foi ótima. Uma reunião de trabalho em que se produz e ri-se muito é o paraíso. Depois da reunião, eles me convidaram para almoçar no japa, eu adoro comida japonesa, e foi mais um sem fim de causos e risos. Indescritível. Voltei para casa, refazendo o mesmo itinerário, mas com dois agravantes: os ambulantes gritavam mais àquela hora da tarde e eu escolhi o sapato errado para caminhar nas pedras portuguesas e driblar os buracos de minha cidade.

Sexta: Pensei, li, escrevi, conversei, trabalhei. Resignei. Voltei a terra e continuei a espera de algumas respostas de trabalho e do meu sócio, que foi se perder nas terras do Amapá. Falei com minha irmã, com quem falo várias vezes por dia, todos os dias, e por causa de uma ventania, entrou uma pedrinha em seu olho e ela saiu do oftalmologista como uma pirata, com tapa-olho e pomada anestésica. Se eu estivesse perto, ia desenhar uma caveira no tapa-olho. Já tentei falar com minha sobrinha mais velha e não consigo. Ah, esses adolescentes...

MPV – setembro 2008

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