sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Herdeiros do Tetra, vale ler!

Não sou muito chegada a uma partida de futebol. Entretanto, em anos mais jovens, perdi a conta de quantas vezes fui ao Maracanã, assistir partidas do Flamengo, do América e do Brasil. Mas isso era antes do xixi na arquibancada e das reformas dos últimos tempos.

Não sou tão velha assim, mas lembro de ir ao Maraca com meus pais e irmão seis anos mais novo, com amigos na adolescência, com outros amigos dos vinte anos. E chegou para mim. De repente, um dia, já não agüentava mais ver, nem ouvir futebol. Cansei.

Com avô jogador do América nos anos 30 e 40 do século passado, com pai, padrinho e irmão fanáticos por qualquer jogo de futebol, (meu irmão, quando adolescente, adormecia com o rádio ligado em algum jogo que estivesse sendo narrado, fosse da quinta divisão – existe? no nordeste brasileiro. Quem pode adormecer ouvindo narração de futebol pelo rádio??) eu nasci e cresci em uma família que transpirava o amor pelo esporte.

Depois dos meus anos de Maracanã, e de tanta paixão familiar, resolvi ser a ovelha negra, só para contrariar, e não assisto a nenhum jogo, não leio resultados, por mim, a tv à cabo viria sem os canais de futebol (chamá-los de canais de esporte é um exagero, concordam? Só passa futebol, só se fala em futebol...). Quando quero implicar com meu pai e irmão, digo que, em minha casa, a televisão apaga quando começa a passar jogo de futebol, seja em que canal for.

Toda essa longa introdução é para falar de um texto – na realidade uma tese – que li, ontem, abordando o tema futebol e os projetos sociais mantidos por atuais e ex-jogadores do esporte.

A tese “Herdeiros do Tetra”, escrita por Cezar Marques, (no endereço http://www.cpdoc.fgv.br/cursos/bensculturais/teses/CPDOC2006CezarAugustoLago.pdf) me fez lembrar a paixão negada e adormecida há tantos anos.

Primorosamente escrita, apaixonadamente escrita, seriamente escrita, a tese transformou-se em um texto para ser lido com prazer, seja pelo seu conteúdo histórico, sua bibliografia invejável, pelo conhecimento que nos proporciona dos projetos sociais desenvolvidos, pelos agradecimentos emocionados que o autor faz no início do projeto.

É para ser lido por quem gosta de futebol, pelos que gostam de história, pelos que gostam de uma estória bem contada, ou simplesmente pelos que sentem paixão pela vida.

Ah! Não esqueçam de ler o agradecimento que ele faz à sua mulher, Raquel, logo no início. É lindo e de derreter corações.

MPV - dezembro 2007

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